A zona interior de Portugal tem ganho uma nova dimensão no que diz respeito ao turismo. Toda a sua oferta a nível de alojamento tem sido desenvolvida e adaptada de forma a proporcionar, a quem se desloca para esta zona, todas as condições necessárias para a prática de teletrabalho.
Teletrabalho: Vantagens do trabalho à distância
Neste artigo vamos explicar tudo e dar-te a conhecer que tipo de ofertas podes encontrar caso decidas rumar até ao interior.
A pandemia em que vivemos tem sido um dos maiores fatores impulsionadores do teletrabalho em Portugal. Embora esta prática já existisse, mesmo que de forma tímida, a necessidade das empresas se adaptarem à nova realidade abriu novas portas a esta forma de trabalho, cada vez mais atrativa.
Seja por força das circunstâncias ou por opção do profissional, o teletrabalho assenta sempre em dois pilares essenciais: trabalho à distância e recurso a tecnologias e internet.
Levantam-se ainda muitas questões sobre se o teletrabalho é ou não benéfico, tanto para os trabalhadores, como para as empresas. E, se ainda restam dúvidas, estes são os pontos positivos que podemos atribuir ao trabalho à distância.
Vantagens do teletrabalho para os trabalhadores:
- Possibilidade de encontrar um maior equilíbrio entre a vida profissional e pessoal;
- Redução, ou até mesmo inexistência, de deslocações;
- Independência e motivação – possibilidade de colaborar com diferentes entidades e de aceder a mais ofertas de emprego, independentemente da localização geográfica;
- Estilo de vida mais saudável, porque reduz os níveis de stress e permite uma gestão de tempo mais flexível;
- Ritmo de trabalho e horário próprios.
3 vantagens para as empresas:
- Redução de custos relativos a espaços e equipamentos;
- A otimização do tempo pode ser sinónimo de aumento de produtividade;
- A empresa torna-se mais flexível e inclusiva.
Uma realidade internacional
Dependendo dos setores de atividade, existem funções onde o teletrabalho é uma prática potencialmente mais fácil de implementar. E existem, também, países onde esta realidade está verdadeiramente enraizada.
O Luxemburgo assume a frente desta corrida, onde 53,4% dos trabalhos podem ser realizados à distância. Seguem-se, por exemplo, países como a Suíça, Suécia, Noruega, Irlanda, EUA, Holanda e Dinamarca.
Portugal, apesar de já se ter iniciado nesta modalidade de trabalho antes, viu-se forçado a desenvolver e adaptar grande parte dos seus serviços e atividades – de forma a responder às necessidades impostas pelo agravamento da pandemia.
Gradualmente, as diferentes zonas do país foram-se moldando e criando todas as condições para que o teletrabalho fosse viável.
Turismo e teletrabalho
O turismo é um dos setores que mais sofreu com esta crise e, por isso, a necessidade de adaptação era ainda maior. E, aqui, o interior de Portugal tem desempenhado um papel fundamental. Não só os hotéis, mas também os alojamentos locais, continuam a desenvolver o seu trabalho de forma a poderem receber famílias em teletrabalho.
Turismo doméstico
Nos últimos meses, as proibições relativas às viagens, principalmente internacionais, deram um impulso gigante ao turismo doméstico. E prevê-se que esta seja mesmo a forma de turismo que mais rapidamente irá recuperar.
Para isso, e um pouco por todo o mundo, as pessoas foram incentivadas a viajar dentro do seu próprio país – não só em lazer, mas também como uma alternativa para desempenharem o seu trabalho remotamente.
Diversos países já implementaram algumas medidas que têm servido de incentivo ao turismo doméstico, tais como:
- Itália: famílias com rendimento até 40.000 € podem receber até 500 € para usarem em alojamento no país;
- Malásia: disponibilizou cerca de US$113 milhões (aproximadamente 95 milhões de euros) em vouchers para quem quiser viajar pelo país;
- Costa Rica: decidiu passar todos os feriados de 2020 e 2021 para segundas-feiras, de forma a que as pessoas possam ter sempre fins de semana prolongados;
- Também países como França, Argentina e Tailândia estão a desenvolver medidas para fomentar o turismo doméstico.
O caso do interior de Portugal
Esta pandemia trouxe um novo paradigma relativamente aos mercados de trabalho. Praticamente de um dia para o outro foi necessário reunir esforços e meios para que grande parte das profissões se conseguisse reinventar.
E, se é verdade que de tudo isto nasceu uma nova crise, é também verdade que a mesma criou uma série de oportunidades. Esta forma de digitalização de empregos permite, acima de tudo, a deslocalização dos mesmos.
Ao longo dos últimos meses foram muitos os que se deslocaram até localidades fora das grandes cidades, como forma de se isolarem e, simultaneamente, de continuarem a desempenhar a sua atividade profissional. E o que poderia ser algo temporário é, agora, uma das grandes tendências do mundo profissional.
5 vantagens do teletrabalho no interior
À primeira vista pode não parecer uma ideia muito apelativa, mas, na verdade, viver e trabalhar no interior pode trazer-te algumas vantagens:
- Custo de vida mais baixo;
- Maior qualidade de vida;
- Menores níveis de stress;
- Ritmo de vida mais calmo;
- Mais segurança.
O que ganham as localidades
E se esta pode ser uma mudança benéfica para ti, também o poderá ser para a localidade em questão. Esta deslocalização de pessoas para o interior contribui ativamente para:
- Combate à desertificação;
- Descentralização de serviços;
- Estímulo à criação de emprego e consequente fixação de famílias no local;
- Captação de nómadas digitais e millennials, fomentando a prática do teletrabalho;
- Criação de espaços de coworking;
- Estimulação da economia local.
Como o interior se está a adaptar a esta realidade
Um pouco por todo o interior do país, os vários tipos de alojamento existentes têm vindo a fazer um esforço para atrair famílias, conseguindo, também, responder às necessidades impostas pelo teletrabalho — prática exigida a mais de 120 concelhos portugueses.
Miranda do Douro, Penela e São João da Pesqueira são alguns exemplos de localidades que já reúnem as condições para receber visitantes que apostam, sobretudo, na vertente do teletrabalho.
Mas, afinal, que medidas têm sido adotadas para atrair clientes a estas zonas?
- Internet. É um dos aspetos mais importantes em todo este processo. É uma das questões mais colocadas antes de qualquer tipo de reserva ou procura. Apesar de muitos dos empreendimentos já terem fibra disponível, existem ainda alguns que apenas disponibilizam internet 4G, o que diminui drasticamente o interesse do cliente;
- Descontos. Desde os alojamentos mais pequenos até às grandes cadeias de hotéis, existem diversas campanhas de desconto consoante as estadias. O Grupo Vila Galé, por exemplo, tem em vigor uma campanha na qual quanto maior o número de noites reservadas, maior o desconto aplicável;
- Coworking. A criação de espaços de coworking com as condições necessárias à prática do trabalho à distância é um fator atrativo para quem escolhe uma localidade para trabalhar;
- Apoios. O Estado disponibiliza já alguns incentivos a quem quer deixar as grandes cidades para se fixar nos meios mais rurais.
Serão estas medidas suficientes?
Apesar da procura ser crescente, acontece que uma pequena percentagem de todos os contactos recebidos pelas unidades hoteleiras se transforma, efetivamente, em reservas. O interesse existe, mas a realidade ainda não convence a maioria. E se existem casos de sucesso nesta fase, com reservas bastante acima da média, existem também os que ainda não conseguiram alavancar os seus projetos.
É crucial o trabalho contínuo no desenvolvimento destas medidas para que, quem decide fazer esta mudança, se sinta seguro e com todas as condições para desempenhar as suas funções profissionais — ao mesmo tempo que assiste a melhorias da sua vida familiar.
Existem casos de sucesso nesta mudança para o interior?
Apesar de todas estas medidas serem recentes e as condições para o teletrabalho no interior estarem ainda em franco desenvolvimento, existem já alguns casos de mudança com um balanço muito positivo:
Testemunhos retirados de: https://ruralmove.org
O turismo na era pré e pós teletrabalho
O turismo será o setor que vai sofrer uma recuperação mais lenta após esta crise. E talvez a nossa perspetiva seja também diferente em relação ao conceito de viagem. O grande desafio será estimular novamente a procura e criar todas as condições para que as pessoas possam voltar a viajar.
A atividade turística terá de crescer de uma forma sustentada, sustentável e inclusiva. Viajar com consciência e responsabilidade será uma premissa essencial para o benefício das comunidades. A aposta passa, cada vez mais, pelo desenvolvimento e promoção das comunidades locais.
Trabalhar remotamente foi, talvez, um dos grandes desafios trazidos por esta crise pandémica. Na realidade, esta necessidade veio apenas reforçar aquilo que há muito se sabia, mas para o qual muitas empresas não estavam preparadas.
O teletrabalho faz parte do futuro das empresas, sendo transversal a praticamente todos setores. E a deslocalização de algumas funções e serviços para o interior do país será o caminho para o combate ao despovoamento de determinadas regiões, bem como a solução para a movimentação das economias locais.
Boa tarde, Sou PATRICIA LOPES e estou atualmente a procura de um teletrabalho na área do turismo em francês. Sou nativa, com formação em turismo digital e outros. Estou muito interessada, visto gostar imenso de escrever e comunicar.
Para mais informação, pode-me contactar através do meu mail.
Muito obrigado pela atenção que me disponibilizou.
Atentamente,
Patricia Lopes.